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A Febre do Skincare na Geração Alfa: Tendência Global e Pressão Social Infantil

Atualizado: 30 de set.


Pré-adolescentes da Geração Alpha praticando rotina de cuidados com a pele influenciadas pelas tendências das mídias sociais
Pré-adolescentes da Geração Alpha praticando rotina de cuidados com a pele influenciadas pelas tendências das mídias sociais

Introdução


O skincare na Geração Alfa tornou-se um fenômeno global. Crianças e pré-adolescentes, nascidos a partir de 2010, estão cada vez mais engajados em rotinas de cuidados com a pele que antes eram exclusivas de adultos. Nas redes sociais, especialmente no TikTok e Instagram, esse movimento tem gerado discussões intensas: estaria a indústria de beleza moldando comportamentos precoces ou estamos diante de uma nova consciência de saúde e estética?


Essa questão é mais complexa do que aparenta. Por trás dos frascos coloridos e embalagens instagramáveis, há camadas de marketing, identidade digital e mudanças geracionais que merecem uma análise crítica.

A Geração Alfa e sua relação com o consumo digital


A Geração Alfa é a primeira a nascer totalmente conectada. Desde cedo, esses jovens interagem com telas, influenciadores e algoritmos que moldam suas preferências.


Segundo McCrindle (2023), demógrafo australiano que cunhou o termo, a Geração Alfa tende a ser mais globalizada e visual do que qualquer geração anterior. Não é coincidência que vídeos curtos de rotinas de skincare viralizem: são conteúdos visuais, aspiracionais e fáceis de replicar.


> “Para a Geração Alfa, o consumo de produtos não é apenas sobre funcionalidade, mas sobre identidade e pertencimento digital” (SILVA, 2024, p. 67).


Skincare na Geração Alfa: de autocuidado a status social


O skincare deixou de ser apenas uma prática de autocuidado. Hoje, para muitos jovens, representa um marcador de status social. Marcas de luxo perceberam essa oportunidade e passaram a investir em linhas “teen friendly”, com embalagens coloridas e preços acessíveis.


Entretanto, dermatologistas alertam para os riscos: produtos com ácidos ou compostos potentes podem causar danos à pele infantil. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (2024) recomenda que, para crianças e pré-adolescentes, a rotina seja limitada a limpeza suave, hidratação e proteção solar.


O papel das redes sociais


Plataformas como TikTok impulsionam a chamada “Sephora Kids” — meninas e meninos de 8 a 12 anos lotando lojas de cosméticos em busca dos produtos vistos nos vídeos virais.


Um estudo do Pew Research Center (2024) mostrou que 43% dos pais de crianças de 9 a 12 anos relataram que seus filhos pedem produtos de skincare após verem influenciadores digitais.


Isso levanta debates sobre publicidade direcionada para menores de idade, um terreno delicado em termos de ética e regulamentação.


Análise crítica: saúde ou consumo precoce?


O movimento pode ser visto sob duas óticas:


1. Consciência de autocuidado: alguns especialistas defendem que aprender sobre proteção solar desde cedo é positivo e pode prevenir doenças de pele no futuro.



2. Pressão estética precoce: por outro lado, há riscos de estimular padrões de beleza inatingíveis, gerando ansiedade, insatisfação corporal e consumismo infantil.




Segundo a psicóloga americana Jean Twenge (2024), o contato precoce com rotinas de beleza pode influenciar na construção da autoestima e da percepção de valor pessoal, o que exige atenção dos pais.


Aspectos econômicos e de mercado


O mercado global de skincare movimentou US$ 163 bilhões em 2022 (Statista, 2023) e deve ultrapassar US$ 200 bilhões até 2026. O público jovem, embora não tenha poder aquisitivo próprio, influencia diretamente nas decisões de compra das famílias.


Marcas como CeraVe, The Ordinary e Glow Recipe já adaptaram suas campanhas para captar esse público. Paralelamente, cresce a indústria de infoprodutos digitais, como cursos de skincare e e-books sobre rotinas de beleza, muitos deles vendidos em plataformas como ClickBank.


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Conclusão


O skincare na Geração Alfa é mais do que uma moda passageira. É reflexo de um mundo hiperconectado, onde consumo, identidade e saúde se misturam. Cabe a pais, educadores e profissionais da saúde mediar esse processo, para que o autocuidado não se transforme em pressão estética precoce.


> “A educação sobre saúde da pele deve vir antes do consumo desenfreado de produtos” (CAMPOS, 2024, p. 112).


No fim das contas, o debate não é apenas sobre cremes e loções, mas sobre como estamos moldando os valores de uma geração inteira.


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Referências


CAMPOS, A. Dermatologia e infância: novos desafios. São Paulo: Manole, 2024.


MCCRINDLE, M. The Alpha Generation. Sydney: McCrindle Research, 2023.


PEW RESEARCH CENTER. Children, influencers and consumer behavior. Washington, 2024.


SILVA, R. Juventude digital e identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2024.


SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Nota técnica sobre skincare infantil. Brasília, 2024.


STATISTA. Global skincare market revenue. Hamburg, 2023.


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