Diferenças entre Argentina e Brasil no Custo de Vida em 2025
- Antonio Carlos Faustino

- 13 de jun.
- 4 min de leitura

Introdução
Em tempos de instabilidade econômica e busca por melhores condições de vida, muitos brasileiros voltam seus olhos para a Argentina. Mas afinal, é mais barato viver do outro lado da fronteira? Este artigo analisa criticamente as principais diferenças entre Argentina e Brasil no custo de vida em 2025, com base em dados atualizados, experiências de residentes e indicadores oficiais.
1. Moradia: um dos fatores mais pesados no orçamento A moradia é um dos custos mais relevantes ao comparar países. Em 2025, segundo dados do Numbeo e do site Expatistan, alugar um apartamento de um quarto em regiões centrais custa:
Brasil: R$ 2.200 a R$ 3.500 (dependendo da cidade)
Argentina: ARS 350.000 a ARS 500.000, equivalente a R$ 1.800 a R$ 2.400 no câmbio paralelo ("blue")
Além disso, os encargos como água, luz, gás e internet também são, em geral, mais baratos na Argentina.
Segundo dados do INDEC (Instituto Nacional de Estadísticas y Censos da Argentina), o subsídio estatal sobre os serviços públicos reduz significativamente os custos mensais para os moradores (INDEC, 2025).
Conclusão: A Argentina apresenta vantagens no custo de moradia, especialmente para quem possui renda em reais ou dólares.
2. Alimentação e supermercado: o peso da inflação argentina A inflação argentina segue elevada (estimada em 135% ao ano), o que afeta diretamente os preços dos alimentos. Por outro lado, a desvalorização do peso frente ao real favorece estrangeiros.
Cesta Básica (valores médios mensais por adulto):
Brasil: R$ 850 (Dieese, 2025)
Argentina: R$ 1.200 a R$ 1.400 (convertido)
Refeição simples em restaurante:
Brasil: R$ 35 a R$ 50
Argentina: R$ 25 a R$ 40
Conclusão: Comer fora ainda é mais barato na Argentina, mas o supermercado pode pesar, especialmente para residentes permanentes sem renda externa.
3. Transporte: sistema subsidiado x custo elevado
Transporte público mensal:
Brasil: R$ 250 a R$ 350 (em capitais)
Argentina: R$ 80 a R$ 150 (subsidiado pelo governo federal)
Gasolina (litro):
Brasil: R$ 6,90 (ANP, 2025)
Argentina: equivalente a R$ 5,70 (YPF, 2025)
"O transporte na Argentina continua entre os mais baratos do continente, graças aos subsídios estatais que se mantêm apesar do ajuste fiscal" (LA NACION, 2025).
Conclusão: Vantagem clara para a Argentina no quesito mobilidade urbana.
4. Saúde e educação: a importância da gratuidade Ambos os países oferecem saúde pública gratuita, mas com diferenças de qualidade e acesso.
Brasil: Sistema Único de Saúde (SUS), gratuito, mas com filas e estrutura desigual.
Argentina: Sistema público aberto também para estrangeiros, com destaque para a rede em Buenos Aires.
Na educação superior:
Universidades públicas gratuitas e reconhecidas em ambos os países.
Argentina atrai estudantes estrangeiros, inclusive brasileiros, para instituições como a UBA (Universidad de Buenos Aires).
Conclusão: A Argentina se mostra atraente também pela gratuidade real e ampla da educação superior.
5. Qualidade de vida: fatores culturais e sociais O custo de vida não se resume a números. A experiência de viver envolve acesso à cultura, segurança e bem-estar.
Argentina: Estilo de vida mais europeu, vida noturna ativa, sistema de saúde e educação funcionais, mas com instabilidade econômica.
Brasil: Maior diversidade cultural, clima tropical, regiões com alto custo (Sudeste) e outras mais acessíveis (Nordeste, interior).
Conclusão: A escolha entre um país e outro depende também de expectativas pessoais e estilo de vida.
Morar na Argentina pode ser uma alternativa economicamente vantajosa para brasileiros, especialmente para quem possui renda em moeda estrangeira. No entanto, é fundamental considerar a instabilidade econômica, a inflação e os desafios de adaptação cultural. O blog Bom dia América segue acompanhando essas tendências para trazer informações seguras e atualizadas.
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Referências:
BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP. Preço médio da gasolina por estado. Disponível em: https://www.gov.br/anp. Acesso em: 12 jun. 2025.
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Cesta básica nacional – 2025. Disponível em: https://www.dieese.org.br. Acesso em: 12 jun. 2025.
INDEC – Instituto Nacional de Estadísticas y Censos (Argentina). Indicadores de preços ao consumidor e tarifas públicas. Buenos Aires, 2025. Disponível em: https://www.indec.gob.ar. Acesso em: 12 jun. 2025.
LA NACION. Transporte público se mantém barato apesar do ajuste fiscal. La Nación, Buenos Aires, 4 jan. 2025. Disponível em: https://www.lanacion.com.ar. Acesso em: 12 jun. 2025.
NUMBEO. Cost of living comparison between Brazil and Argentina. Disponível em: https://www.numbeo.com/cost-of-living. Acesso em: 12 jun. 2025.
UBER. Expatistan – Cost of Living Index. Comparativo entre cidades da América do Sul, 2025. Disponível em: https://www.expatistan.com. Acesso em: 12 jun. 2025.
YPF – Yacimientos Petrolíferos Fiscales (Argentina). Preço dos combustíveis na Argentina. Disponível em: https://www.ypf.com. Acesso em: 12 jun. 2025.




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