📜 Série Especial – Dogmas Marianos - A Assunção de Maria ao Céu em Corpo e Alma
- Antonio Carlos Faustino

- 17 de ago.
- 4 min de leitura

Palavra-chave foco: Assunção de Maria
Introdução
A Assunção de Maria é um dos dogmas mais belos e significativos do cristianismo, especialmente dentro da tradição católica. Declarado oficialmente pelo Papa Pio XII em 1950, no documento Munificentissimus Deus, este dogma afirma que a Mãe de Jesus foi elevada ao Céu em corpo e alma, coroando sua vida terrena com uma glorificação única.
Mais do que um ponto teológico, a Assunção de Maria se conecta com dimensões culturais, espirituais e até políticas no continente americano, onde a devoção mariana moldou identidades nacionais, movimentos sociais e até mesmo debates acadêmicos.
Assim, compreender a Assunção de Maria não é apenas mergulhar em um mistério de fé, mas também em um fenômeno que entrelaça religião, história, antropologia e até economia.
O Dogma da Assunção: História e Proclamação
A tradição da Assunção de Maria remonta aos primeiros séculos do cristianismo. Escritos apócrifos, como o Transitus Mariae, já narravam que Maria não experimentou a corrupção do corpo após a morte, sendo elevada ao Céu.
Durante a Idade Média, a crença foi se consolidando, até ser declarada solenemente em 1º de novembro de 1950 pelo Papa Pio XII. Em sua constituição apostólica, ele escreveu:
> "Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celeste" (PIO XII, 1950).
Essa proclamação não surgiu no vácuo: ela refletia o desejo de milhões de fiéis ao redor do mundo que viam em Maria um modelo de esperança diante de guerras, crises e transformações sociais do século XX.
A Assunção e o Continente Americano
No continente americano, marcado por desigualdades, fé popular e identidades híbridas, a Assunção de Maria se tornou símbolo de resistência e esperança.
Na América Latina, a devoção mariana é parte central da cultura popular. Festas como a da Virgem da Assunção em Assunção, no Paraguai, ou em cidades do México, mostram como a fé se entrelaça à vida comunitária.
Nos Estados Unidos, a Assunção é também data de celebração para comunidades católicas, muitas vezes como um elo de ligação entre imigrantes e suas raízes espirituais.
Maria, elevada ao Céu, representa a dignidade do ser humano frente às injustiças da terra. Para povos latino-americanos que enfrentaram colonização, ditaduras e crises, a Assunção de Maria ecoa como um grito de esperança.
Dimensão Teológica e Espiritual
A Assunção de Maria não é apenas um prêmio pessoal dado à Mãe de Jesus. Ela é um sinal do destino último de todos os cristãos: a ressurreição e a vida eterna.
Teólogos destacam que, sendo Maria o primeiro ser humano plenamente redimido, sua Assunção antecipa aquilo que toda a humanidade espera receber em Cristo.
Como disse Bento XVI:
> "Na Assunção de Maria contemplamos o que somos chamados a ser: participantes plenos da vitória de Cristo sobre a morte." (BENTO XVI, 2006).
Assunção de Maria e a Cultura Visual
O dogma inspirou inúmeras representações artísticas ao longo dos séculos:
Pinturas do barroco latino-americano mostram Maria elevada ao Céu entre anjos, como símbolo de glória e intercessão.
Catedrais no México, Peru e Brasil guardam altares dedicados à Assunção de Maria, reafirmando sua centralidade cultural.
👉 Vídeo curto: a proclamação do dogma em 1950.
Críticas e Perspectivas Contemporâneas
Embora o dogma da Assunção de Maria seja aceito pelos católicos, outras tradições cristãs o veem como não-bíblico, pois não há referência explícita na Escritura.
No entanto, estudiosos ressaltam que a Assunção se fundamenta no desenvolvimento da Tradição e na leitura teológica de passagens como Apocalipse 12, que apresenta "a mulher vestida de sol".
Hoje, em um mundo plural e em constante transformação, a Assunção também é interpretada como símbolo de ecologia integral: Maria, como criatura plenamente redimida, aponta para uma nova relação entre humanidade e criação.
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Conclusão
A Assunção de Maria não é apenas uma crença de devoção popular, mas um convite a pensar sobre o destino da humanidade, a dignidade do corpo e a esperança em tempos de crise.
No contexto americano, ela ressoa como um símbolo de identidade, de resistência cultural e de fé transformadora.
Assim como Maria foi elevada ao Céu em corpo e alma, também somos chamados a transformar nossas realidades terrenas em experiências de justiça, beleza e esperança.
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📚 Referências
BENTO XVI. Homilia na Solenidade da Assunção de Maria. Castel Gandolfo, 15 ago. 2006. Disponível em: https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/homilies/2006/documents/hf_ben-xvi_hom_20060815_assunzione.html. Acesso em: 18 ago. 2025.
PIO XII. Munificentissimus Deus. Constituição Apostólica que define o dogma da Assunção da Santíssima Virgem Maria. Roma: Vaticano, 1950. Disponível em: https://www.vatican.va/content/pius-xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-xii_apc_19501101_munificentissimus-deus.html. Acesso em: 18 ago. 2025.
CONGAR, Yves. A fé e a teologia. São Paulo: Loyola, 2003.
RATZINGER, Joseph (Bento XVI). Introdução ao Cristianismo. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2005.
BOFF, Leonardo. O Rosto Materno de Deus. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1990.
MIRANDA, Mario de França. Eclesiologia: Igreja como comunhão e participação. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2002.
SCHILLEBEECKX, Edward. Maria, Mãe da Redenção. São Paulo: Paulus, 1990.




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