Perdeu algo? São Longuinho te ajuda a encontrar. Faça isso.
- Antonio Carlos Faustino

- 21 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de jul.

Introdução
Quantas vezes você já procurou desesperadamente por um objeto perdido? Pode ser uma chave, um documento, uma joia ou até mesmo a carteira. No desespero, muitos brasileiros apelam para uma solução curiosa, mas tradicional: prometer dar três pulinhos para São Longuinho. Essa devoção popular, embora aparentemente simples, revela aspectos profundos da espiritualidade latino-americana, do sincretismo religioso e da cultura católica presente em toda a América Latina.
Quem foi São Longuinho?
São Longuinho é uma figura cercada de mistérios e lendas. De acordo com a tradição católica, ele teria sido o centurião romano que perfurou o lado de Jesus Cristo com uma lança durante a crucificação (João 19:34). Posteriormente convertido, ele teria se tornado cristão e martirizado por sua fé. Canonizado como São Longino, sua fama se espalhou pela Europa e, com a colonização, chegou à América.
No Brasil, sua imagem se popularizou não apenas pela história bíblica, mas principalmente pela crença de que ele ajuda a encontrar objetos perdidos.
"Prometa três pulinhos e ele ajuda a encontrar" é a frase popular que atravessa gerações e territórios.
A fé no cotidiano: como pedir ajuda a São Longuinho?
O ritual é simples e muito conhecido:
Perdeu algo? Feche os olhos e concentre-se no que você procura.
Reze com fé: "São Longuinho, São Longuinho, se eu encontrar [objeto], dou três pulinhos."
Ao encontrar: agradeça e cumpra os pulinhos com gratidão.
Embora não esteja na doutrina oficial da Igreja, esse costume foi absorvido pela cultura popular como expressão de fé espontânea.
Por que essa devoção funciona (para muitos)?
Cientificamente, pode-se associar à psicologia da expectativa positiva: ao mobilizar a memória e foco com intenção clara, a pessoa aumenta as chances de lembrar onde deixou o objeto.
Culturalmente, a devoção a São Longuinho é um reflexo de como a fé molda comportamentos e ajuda a enfrentar situações estressantes com leveza. Isso é especialmente relevante nas Américas, onde o sincretismo entre o catolicismo europeu e crenças locais criou formas de religiosidade muito vivas.
O valor simbólico: fé como ferramenta de organização
Mais do que uma "simpatia", pedir ajuda a São Longuinho ativa um ciclo de consciência, foco e esperança. Isso tem valor terapêutico.
"A fé, mesmo em rituais simples, ajuda a reduzir ansiedade e gera um senso de controle" (ROCHA, José. Psicologia e Religiosidade Popular, 2020).
A devoção a São Longuinho na América Latina
O culto ao santo não é exclusivo do Brasil. Em países como México, Colômbia e Peru, há versões locais do pedido de ajuda a santos para objetos perdidos, o que reforça a identidade continental de uma espiritualidade prática.
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Considerações finais: um símbolo que permanece
Pedir ajuda a São Longuinho é mais que um gesto ingênuo. É uma expressão de esperança, memória afetiva e espiritualidade ativa. Em tempos de caos e distração, ele nos lembra que, com fé (e foco), é possível reencontrar o que se perdeu.
Referências:
ROCHA, José. Psicologia e Religiosidade Popular. São Paulo: Paulus, 2020.
SILVA, Marilda. Cultura Popular e Devoções no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 2019.
FERREIRA, Lúcia. "Os Santos Populares na América Latina". Revista Estudos Culturais Latino-Americanos, v. 12, n. 3, 2022.
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