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O Impacto das Medidas Anti-Imigração no Turismo dos EUA: Uma Rota em Mudança



As mudanças de rota do turismo nos EUA
As mudanças de rota do turismo nos EUA

Nos últimos anos, os Estados Unidos têm adotado políticas migratórias cada vez mais restritivas. Sob o pretexto de proteger as fronteiras e garantir a segurança nacional, essas medidas também têm repercutido fortemente em setores que, à primeira vista, parecem distantes da imigração — como o turismo. Este artigo busca analisar o impacto das políticas anti-imigração na indústria do turismo dos EUA, destacando a mudança no comportamento de turistas estrangeiros, a reação de mercados concorrentes e os desafios para a imagem internacional do país.


O Turismo e a Imagem Nacional


O turismo internacional não depende apenas de infraestrutura, atrações ou preços competitivos — ele está profundamente vinculado à percepção que o mundo tem de um país. Quando medidas como o aumento da burocracia para obtenção de vistos, interrogatórios mais rigorosos nos aeroportos, ou até declarações polêmicas de autoridades ganham os noticiários, o impacto é direto na intenção de viagem de milhares de pessoas.


Segundo a Associação de Viagens dos EUA (U.S. Travel Association), entre 2017 e 2023, os Estados Unidos deixaram de receber aproximadamente 15 milhões de turistas internacionais em comparação ao crescimento médio global. Muitos analistas associam essa queda a políticas e discursos hostis a estrangeiros, especialmente vindos de países da América Latina, Oriente Médio e África.


Medidas Anti-Imigração em Perspectiva


Desde a adoção da política “America First”, os EUA reforçaram restrições na entrada de estrangeiros. Algumas dessas ações incluem:


Aumento das taxas de visto e maior complexidade no processo consular;


Proibição temporária de entrada para cidadãos de determinados países;


Fortalecimento do ICE (Immigration and Customs Enforcement);


Ampliação da vigilância em fronteiras, especialmente no sul do país.



Essas medidas, ainda que voltadas à imigração, afetam negativamente turistas, intercambistas, estudantes e viajantes a negócios.


Queda no Interesse por Destinos Americanos


Relatórios da Organização Mundial do Turismo (OMT) e dados de plataformas como Kayak e Booking mostram queda nas buscas por destinos americanos, enquanto outros países têm se beneficiado do “desvio de rota”:


Destinos Alternativos em Alta:


Canadá: Visto como mais acolhedor, registra aumento no turismo latino e asiático.


México e Caribe: Com cultura vibrante e menos exigências de entrada.


Europa Ocidental: Especialmente Espanha, Portugal e França.


América do Sul: Argentina, Brasil e Colômbia têm investido em pacotes acessíveis.



Além disso, eventos como a COP, conferências de tecnologia e grandes feiras comerciais internacionais passaram a escolher outras sedes devido à dificuldade de entrada nos EUA para seus participantes.


Impactos Econômicos Diretos


O turismo é responsável por cerca de 7,7 milhões de empregos diretos nos EUA, segundo o Departamento de Comércio. O impacto das políticas anti-imigração reflete-se em:


Queda na ocupação hoteleira em cidades como Nova York e Los Angeles;


Redução na frequência de voos internacionais;


Menor consumo em restaurantes, lojas e pontos turísticos;


Desaceleração de investimentos no setor de turismo receptivo.



Além disso, estados como Califórnia, Flórida e Nevada, fortemente dependentes do turismo, pressionam o governo federal por mais equilíbrio entre segurança e hospitalidade.


Resposta do Setor Privado e de Governos Locais


Em resposta à queda de visitantes, diversas empresas e governos locais têm lançado campanhas para reforçar que os EUA continuam sendo um destino aberto e diversificado.


Exemplos:


“Everyone is Welcome”, campanha em Nova York com foco em latinos e asiáticos;


Investimentos em atendimento multilíngue nos aeroportos de Miami, Houston e Chicago;


Parcerias com agências internacionais para facilitar o intercâmbio estudantil e profissional.


Repercussões Culturais e Diplomáticas


A hospitalidade é um dos pilares da diplomacia pública. Um país que restringe a entrada de turistas e estudantes compromete sua influência cultural. O soft power americano, historicamente construído com base no cinema, universidades, música e marcas globais, é afetado quando a experiência de “visitar a América” se torna uma jornada hostil.


Como Superar Esse Cenário


Especialistas apontam caminhos para reverter os efeitos negativos:


1. Revisão das políticas de vistos com foco em equilíbrio entre segurança e acessibilidade;



2. Campanhas diplomáticas de reconstrução de imagem internacional;



3. Facilitação de entrada para turistas de países historicamente parceiros;



4. Diálogo com lideranças da indústria de turismo para ações conjuntas.


Conclusão


O turismo é uma vitrine. Quando os Estados Unidos adotam políticas que inibem o fluxo de visitantes internacionais, perdem mais do que receitas — perdem influência, diversidade e oportunidades de conexão com o mundo. O desafio para os próximos anos será harmonizar a preocupação com a segurança às exigências de um planeta cada vez mais interconectado.


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